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Editorial do Balbi: saem os gatos, entram as onças

Gestores do Parque Estadual do Desengano apresentaram provas de que as onças estão se reproduzindo

Campos
Por Coluna do Balbi
3 de dezembro de 2017 - 0h01

onca-2A reportagem especial não fala de “gatos” de cofres públicos como é o assunto em vogo no Estado do Rio de Janeiro. Ela trata de um assunto curioso e prova que falaram a verdade aqueles que sempre juraram ter vis- tos onças nas matas do Imbé, a maior reserva de Mata Atlântica da região. Definitivamente não era história de caçador. Os gestores do Parque Estadual do Desengano apresentaram provas de que as onças estão se reproduzindo nas matas. Elas passaram a ser monitoradas por um sistema de câmeras. São felinos das espécies das jaguatirica. Trata-se de mamíferos bem semelhantes, carnívoros da família Felidae e gênero Leopardus.

São reconhecidas 10 subespécies. São felídeos de porte médio, com 72,6 a 100 cm de comprimento e peso entre 7 e 15,5 kg. O padrão de coloração da pelagem é muito semelhante ao do gato-maracajá (L. wiedii), mas a ja- guatirica é maior e possui a cauda mais curta. É um ani- mal solitário, noturno, territorial e os machos possuem territórios que se sobrepõem sobre os de várias fêmeas.

Alimenta-se principalmente de roedores, mas também de animais de porte maior como ungulados, répteis, aves e peixes. Caça à noite, formando emboscadas.

Alcança a maturidade sexual entre 26 e 28 meses de idade, e as fêmeas dão à luz geralmente um filhote por vez, com cerca de 250 g. Geralmente, filhotes nascem a cada 2 anos.Em cativeiro, a jaguatirica pode viver até 20 anos, o dobro da sua longevidade no estado selvagem. A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais lista a jaguatirica como estado de conservação “pouco preocupante” e ela está incluída no apêndice 1 da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção. É o mais abundante dentre os felídeos sul-americanos, apesar de as populações estarem decaindo. A situação de conservação varia, e é listada como “vulnerável” na Colômbia e Argentina.

No Brasil, apenas a subespécie L. p. mitis foi considerada em alguma categoria de ameaça, mas atualmente ela não figura na lista nacional. Já foi muito caçada por conta do comércio ilegal de peles e vendida como animal de estimação, mas a maior ameaça é a destruição e degradação do habitat.

A sua beleza e relativa docilidade já fizeram com que a jaguatirica fosse desejada como um animal de estimação exótico. Por ser de porte relativamente menor, a espécie não traz problemas com ataques a seres humanos, mas pode causar problemas com ataques a galinheiros.

Por tudo isso, conservar o que a natureza está preservando por aqui é de extrema importância, pois no Desengano estão em extinção espécies variadas de preguiças e também de macacos. Esse é o real objetivo do Parque e assim seus gestores estão de parabéns. Que esse trabalho continue.