Nesta terça-feira (17), véspera do Dia do Médico, parte da categoria, que atua nos Hospitais Ferreira Machado (HFM) e Geral de Guarus (HGG) e nos Postos de Urgência (PUs) que compõem a rede municipal de Saúde, decidiram entrar em estado de greve. A votação aconteceu durante assembleia geral extraordinária convocada pelo Sindicato dos Médicos de Campos (Simec) e realizada no auditório da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC). Dos 33 profissionais presentes, 23 votaram a favor.
Segundo o Simec, os servidores municipais têm pouco que comemorar. O sindicato afirma que houve fechamento de unidades básicas de saúde e falta não só insumos, como medicamentos na rede. Além disso, os médicos enfrentam demissões de colegas que trabalhavam sob regime de RPA, cortes de 60% nos salários e incerteza a respeito dos próximos pagamentos.
José Roberto Crespo, presidente do Simec, afirma que uma comissão foi criada para elaborar uma pauta de reivindicação, que será apresentada ao município e, embora uma paralisação possa ser deflagrada a qualquer momento, a categoria decidiu manter o atendimento até que se decida pela greve.
Durante a assembleia, a situação da Saúde no município foi apontada como insustentável e foram lembradas as situações do Hospital Beneficência Portuguesa e Plantadores de Cana, que podem suspender atendimento em suas maternidades.
Em nota, a Prefeitura afirmou que “vem mantendo o diálogo com os hospitais contratualizados e os pagamentos foram regulares até o final do mês de julho. Por conta do repasse da Participação Especial dos royalties, referente ao mês de agosto, ter vindo muito abaixo do valor previsto, todas as programações de pagamento foram afetadas e houve a necessidade de reavaliar o cronograma de pagamentos da prefeitura. Durante reunião com os representantes dos hospitais contratualizados, o Município reiterou seu compromisso com as instituições e com a regularização tão logo tenhamos recurso para isso”.
A Prefeitura afirma, ainda, na nota, que “na ocasião foi acordado o pagamento de 50% do valor do mês devido pela prefeitura aos hospitais contratualizados, o que de fato ocorreu no dia 21 de setembro, bem como foi informado que assim que os recursos dos royalties de outubro entrarem na conta do Município, faremos as programações de pagamento e novamente nos reuniremos com os hospitais contratualizados para de maneira transparente, deixá-los ciente de nossas ações. Importante destacar que a situação dos hospitais contratualizados se agravou bastante devido à dívida de mais de 30 milhões de reais deixada pela gestão passada”.