A mais brasileira das bebidas agora terá lugar de destaque em estabelecimentos do Rio de Janeiro. Uma lei recente determina que bares e restaurantes que vendem destilados tenham no cardápio pelo menos quatro rótulos de aguardentes produzidos no estado. O Rio é o segundo estado que mais exporta cachaça, o que já atesta sua boa receptividade no mercado.
De acordo com o vice-secretário de Desenvolvimento Econômico, Alberto Mofati, a cachaça fluminense é referência nacional, figurando entre os melhores destilados do mundo. A expectativa é de que a lei impulsione a comercialização do produto que, muitas vezes, tem sua qualidade desconhecida pelo público em geral.
Cerca de metade das cachaças brasileiras que possuem o Selo do Inmetro – que atesta a conformidade de processos e produtos – são de terras fluminenses. Hoje, o Rio de Janeiro abriga cerca de 50 empresas produtoras de aguardente, devidamente regularizadas. O setor gera em torno de dois mil empregos formais, segundo estimativas da Apacerj (Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça do Estado do Rio de Janeiro).
Dar visibilidade à aguardente fluminense é uma forma de estimular o surgimento de novos apreciadores da bebida.
“A diversificação dos produtos nos estabelecimentos é fundamental para aquecer a economia. A cachaça fluminense tem preços atrativos e um público com potencial de crescimento. Manter os produtos à disposição dos clientes no estabelecimento é um ganho não só para o comércio, como também para os produtores’, disse Alberto Mofati.
Há cinco anos, a cachaça virou Patrimônio Histórico Cultural do Rio de Janeiro, mas a sua história no estado atravessa séculos. A qualidade da produção fluminense está associada, entre outros fatores, à tradição no setor.
“Os produtores fluminenses se aperfeiçoaram em processos que evidenciam o sabor e agregam valor ao produto. São empresas que, em sua maioria, surgiram familiares e criaram uma tradição em torno da marca”, explicou Mofati.