Exames toxicológicos comprovaram que o motorista da carreta envolvida no maior acidente da história nas rodovias do Espírito Santo, Nadson Santos Silva, de 30 anos, usou cocaína e a anfetamina arrebite, horas antes de colidir contra o ônibus da Águia Branca. Vinte e três pessoas morreram.
“Apesar de haver benzocaína, metabólico da cocaína, no organismo do motorista, ele não estava sob efeito da droga no momento do acidente. Ele usou a cocaína provavelmente cerca de 12 horas antes de viajar. Já o uso do rebite ocorreu logo antes de viajar. O grande risco dessa anfetamina é que ela tira o reflexo do motorista e, apesar de tirar o sono por um tempo, depois que o efeito passa, ele volta a ter uma sonolência intensa, podendo até dormir no volante”, explicou o perito toxicológico Rafael Barcellos Bazarella.
Além disso, a perícia criminal descobriu que as características do caminhão foram adulteradas. De acordo com o perito criminal Marcus Bhering Bragança, o caminhão não tinha qualquer condição de fazer o transporte de carga.
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“Os freios e pneus estavam em más condições e havia excesso de carga. Ainda não há como dizer que estava em alta velocidade porque o disco do tacógrafo foi retirado pela PRF antes da chegada da perícia. Mas já sabemos que o aparelho não estava registrado e não tinha selos necessários ou para burlar a fiscalização ou por falta de manutenção”.
Para o delegado Alberto Roque Peres, titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, o excesso de trabalho do motorista aliado às más condições dos caminhões usados pela transportadora só confirmam o fato de que o dono da empresa teve responsabilidade no acidente.
“Convicção continua na mesma linha de que a negligência foi muito forte, de total desprezo à vida humana, o que caracteriza em dolo eventual. No sábado os últimos corpos foram liberados. Estamos ouvindo sobreviventes e quatro delas já representaram criminalmente o dono da transportadora”.
O delegado completou que a polícia já está perto de identificar o dono da pedra que era transportada. Ele também irá responder civil e administrativamente pelo acidente, podendo responder também criminalmente.