A programação terá início a partir das 17h, com debates, rodas de conversa e apresentações artísticas. “Propor uma discussão inserindo este grupo tão vulnerável é mais que urgente, uma vez que os próprios moradores de rua não sabem dos direitos que têm”, afirma Patrícia Constantino, professora do Isecensa e coordenadora do projeto. A docente reforça, ainda, a importância da ação para estudantes e profissionais da Psicologia. “Ações deste segmento agregam imenso valor ao papel social do psicólogo ou futuro profissional da área e sua vocação no trabalho das Políticas Públicas”, acrescenta.
O evento contará com a presença de Admilson Alves Tavares, representante do Movimento Nacional de População de Rua e membro do Conselho Nacional de Direitos Humanos, que já foi morador de rua. O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro e instituições que trabalham em prol desta parcela da sociedade também apoiam a iniciativa.
Clínica Nômade Voz da Rua
O projeto existe há cinco anos e se baseia no conceito de Clínica Peripatética, cuja prática é realizada fora dos meios tradicionais, como hospitais e consultórios. “Para nós, o mais importante é o estabelecimento de vínculos e, a partir disso, o direcionamento de demandas que forem surgindo para as áreas de saúde e assistência social do município”, explica a vice-diretora do Isecensa, Elizabeth Landim.
A intervenção nas ruas de Campos acontece semanalmente, às quintas e sextas-feiras, com a participação de equipe composta por professores e estudantes de Psicologia da instituição. Segundo a coordenadora Patrícia Constantino, uma grande inspiração foi o projeto Consultório de Rua, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). No local, a equipe precursora da Clínica Nômade Voz da Rua buscou conhecimentos e aprendizado da metodologia de trabalho, adaptando para a realidade de Campos.
“Cada informação passada e compreendida, cada encaminhamento feito, cada conversa travada olho no olho já faz muita diferença na vida dessas pessoas, sem vez e voz. Eles sempre fazem questão de reforçar que nós os tratamos ‘como gente’. E é sentada no papelão, no meio deles, que nossa equipe conduz essa ação”, conclui a professora.