O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) do Rio de Janeiro recomendou nesta terça-feira (28), que o trecho da Ciclovia Tim Maia – entre São Conrado e o Leblon – seja interditado entre os meses de abril e agosto, quando ressacas são mais comuns na orla. O Crea sugere que obras de reparação da estrutura sejam feitas nesse período e que estudos hidrológicos aprofundem o conhecimento sobre as ondas no local.
Em abril do ano passado, o desabamento de uma parte da ciclovia deixou duas pessoas mortas. Uma onda de mais de 4 metros atingiu a bandeja da ciclovia, que foi derrubada enquanto os pedestres e ciclistas transitavam sobre na pista. Segundo o Crea, a causa do acidente não tem relação com as falhas apontadas no relatório, e sim com o projeto da ciclovia, que não previu que as ondas pudessem chegar à bandeja.
O Crea identificou falhas na construção como a incompatibilidade de materiais na execução da obra, se for considerado o ambiente agressivo em que a ciclovia foi erguida. A falha gerou fissuras em pilares, corrosão da estrutura metálica e problemas na junção das bandejas por onde passa a ciclovia.
Os desgastes, segundo o Crea, podem comprometer a estrutura de pilares de sustentação no médio e até no curto prazo, em alguns casos. Além da ação das ondas e do peso dos pedestres e ciclistas em movimento, a ciclovia é impactada por lançamento de esgoto e postes com risco iminente de queda.
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Segundo o presidente do Crea, Reynaldo Barros, as obras podem ser consideradas simples por necessitarem de técnicas e materiais conhecidos. Apesar disso, procedimentos complexos podem ser necessários, como içar as bandejas de apoio para reparar os pilares e junções.
O conselho recomendou também que haja mais ferramentas de advertência aos usuários da ciclovia, como sinalização visual luminosa e botões de emergência para avisar sobre acidentes, como queda de pessoas ao mar.
O Crea fez o estudo a pedido da Justiça, onde tramita uma ação contra 14 pessoas no caso de desabamento. Segundo a Secretária de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação, o laudo deve ser analisado agora pela Justiça, que decidirá sobre a possibilidade de reabertura da ciclovia.