O estresse pode matar. Isso porque favorece complicações em doenças cárdicas, câncer e contribui para doenças psicológicas, como a depressão. Ele se define pela incapacidade do indivíduo de lidar com situações corriqueiras do cotidiano.
A sociedade costuma atribuir ao estresse o excesso de trabalho, por exemplo. Mas, para o cardiologista Carlos Eduardo Soares, isso é mito. O especialista explica que, se o trabalho for agradável e os resultados alcançados pelo trabalhador forem satisfatórios, os excessos não causarão estresse. “O contrário, sim, é estresse. Se a pessoa fica atada, não consegue resolver bens os problemas e os desafios do trabalho não forem solucionados, ela ficará estressada, independente do tempo em que passará trabalhando”, acrescenta.
O importante é que a pessoa não se castigue quando não conseguir concluir determinada tarefa, nem tome para si responsabilidades alheias. Uma solução seria uma autopermissão para descansar. De acordo com Carlos Eduardo, o estresse é uma doença de cunho psicológico que pode afetar diretamente o campo orgânico. Ele pode gerar o entupimento e até a ruptura das artérias do coração e do cérebro, provocando infarto, acidente vascular cerebral ou outro mal súbito.
O estresse pode também causar doenças psíquicas, como depressão, alteração de humor e insônia. “ou, ainda, outras doenças, como diabetes e hipertensão. Também pode precipitar doenças que dependem do sistema imunológico, como resfriados, gripes, infecções e até o câncer”. O diagnóstico do estresse é comportamental, segundo Soares.
O profissional normalmente avalia o paciente por meio de perguntas ou exposições de problemas para saber como ele reage. “O exame é clínico”, destaca. O tratamento é psicológico ou psiquiátrico. O paciente deve passar por uma análise para aprender a lidar com situações adversas que causem o estresse. “Há, ainda, medicamentos para tratar as consequências. Mas o paciente deverá também aderir a mudanças de hábitos de vida. Condições socioambientais ou econômicas como o desemprego podem agravar o estresse. O exercício físico pode ser um fator positivo no combate a este mal, pois libera endorfina, que gera prazer e relaxamento”, observa o cardiologista.