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Bruno Dauaire quer CPI para apurar desapropriações no Açu

Polêmica em torno das desapropriações voltou à tona com a prisão do empresário Eike Batista

Estado do RJ
Por Redação
2 de fevereiro de 2017 - 16h32
Bruno Dauaire (Foto: Silvana Rust)

Bruno Dauaire (Foto: Silvana Rust)

O deputado estadual Bruno Dauaire protocolou na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) um pedido de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o processo de desapropriação no 5º distrito de São João da Barra. O protocolo foi feito na quarta-feira (1º), mas divulgado nesta quinta (2).

A polêmica em torno das desapropriações para instalação do Porto do Açu e da Companhia de Desenvolvimento Industrial (Codim) voltou à tona esta semana com a prisão do empresário Eike Batista. O milionário é acusado de corrupção ativa.

Segundo o Ministério Público Federal, em 2011, o empresário pagou U$ 16 milhões e meio de dólares a Sérgio Cabral, o equivalente a 52 milhões de reais. Nessa época, o Porto do Açu estava em construção e as desapropriações em evidência. Na época, o porto pertencia ao grupo EBX, de propriedade de Eike.

Setecentas famílias foram desapropriadas.

De acordo com a Assessoria de Imprensa do deputado, Dauaire aguarda agora o trâmite regimental para que a CPI possa ser criada e começar o trabalho de investigação. Bruno preside desde 2015 na Alerj uma comissão de representação para mediar conflitos decorrentes da implantação do porto, mas ela esbarra em alguns casos por não ter o poder de investigação de uma CPI.

— Nós já temos um trabalho desenvolvido na comissão e agora, com tudo o que está acontecendo, com tudo o que denunciamos à época e está sendo descortinado pela Polícia Federal e Ministério Público Federal, precisamos de respostas. Precisamos descobrir por que o presente do governo foi o quinto distrito de São João da Barra, em respeito ao povo do Estado do Rio e especialmente aos pequenos proprietários de terras, aos agricultores, que tanto sofreram e ainda sofrem pela forma brutal e desumana com que foram tratados. É para o bolso dos produtores que deve ir o dinheiro que foi indevidamente utilizado — defende o deputado.

Segundo a Revista Veja, em troca da propina, o ex-governador Sérgio Cabral facilitou a desapropriação no 5º Distrito. Ainda de acordo com a Veja, Eike Batista fez um cheque de 37,5 milhões de reais ao estado do Rio.

A área do Açu, de 75 mil metros quadrados, valia 1,2 bilhão.