Os equívocos do sistema carcerário brasileiro vêm de longo tempo, mas se intensificaram com a tecnologia, onde poderosos chefões de uma estrutura mais organizada do que o próprio Estado baixam seus decretos de dentro das prisões. Há dias o Brasil conta os mortos em rebeliões no Norte do país e estamos perdendo a conta, ou não nos dando conta de que o problema é grave.
A fórmula da prisão é a falta de espaço contrapondo com excesso de tempo. Isso é um erro. O custo da hospedagem de um preso, mesmo em condições desumanas é caro para a sociedade. Existem experiências em outros países que deram certo com os presos produzindo, pagando seu próprio custo e enviando dinheiro para as suas famílias.
Fizeram experiências destas por aqui, mas não deram certo porque tratavam o preso como mão-de-obra escrava e isso resultou em rebeliões. Existem presídios no Brasil, que empilham hoje mais de 600 mil pessoas e passaram a ser depósito de seres, que vão perdendo a humanidade em um sistema desumano, onde o direito se resume ao banho de sol e visitas de parentes.
Como aconteceu em Carandiru (SP), os presos são sempre massacrados pela tropa de plantão. Combata o fogo com fogo e tudo que restará serão cinzas. E foi isso que aconteceu em Manaus e em Roraima, onde presos perderam literalmente a cabeça e a tropa assistiu de camarote a carnificina.
Neste contexto, olho por olho, todos vamos terminar cegos. No Brasil, já tentaram de tudo, como presídios em ilhas como a famosa Ilha Grande no Estado do Rio de Janeiro. Já foi proposta a construção de presídios espetados em alto-mar, como plataformas de petróleo. O custo seria bem mais caro e a reinserção do preso na sociedade ficaria comprometida.
Em Campos, a situação carcerária é crítica e existe um histórico de rebeliões regado a sangue e mortes. Com três presídios, sendo dois com presos acima de sua capacidade, e outro com capacidade ociosa dos detentos, concluímos que existe um paiol de pólvora com o pavio ficando cada vez mais curto.